O Centro Artístico Albicastrense (CAA) organiza, já na próxima segunda-feira, dia 23 de Março, a IIª Conferência ao Centro, sendo esta dedicada ao “Mistério Pascal, historicidade e simbolismo”. O conferencista é o ex-sacerdote e historiador Florentino Beirão.
Para o presidente do CAA, António Camões, “esta conferência sobre o Mistério da Páscoa vem dar alguma “luz” sobre um assunto que é central na vida dos cristãos, que esteve na origem da separação do judaísmo e que é ainda muito pouco abordado e debatido na sociedade. Por isso e porque estamos no período da Quaresma e o CAA já realizou o único baile (o da Pinhata) que era “permitido” neste tempo que antecede a Páscoa, esta reflexão é uma boa oportunidade para os sócios e população em geral ficarem a conhecer os dados históricos e a simbologia que está associada ao tema”
Resumo da Conferência:
O Mistério Pascal, carregado de História e Simbolismo, fruto das múltiplas vertentes com que pode ser visto e analisado, torna-se hoje um objecto de estudo desafiador. Para o historiador, para o teólogo, o antropólogo, o musicólogo, o sociólogo - estudioso da religiosidade popular - e tantas outros aspectos que se poderiam enumerar, no campo das ciências Sociais e Humanas.
Escolhendo o olhar do historiador, com o qual mais nos identificamos nesta breve reflexão, iremos tentar abordar a História que subjaz ao Mistério Pascal.
Iniciaremos com uma abordagem ao Povo de Israel, apanhado numa situação de emigração em terras do Egipto, a sua vocação de Povo, pertença de um Deus monoteísta, a sua liderança por Moisés, “a caminho da terra onde corre o leite e o mel”.
A consciência deste Povo libertado, começa assim a ser celebrada na Festa da Páscoa - Passagem, centro da sua religiosidade.
Com a morte de Cristo, judeu entre os judeus, enquanto decorria esta festa móvel anual, o cristianismo, filho do judaísmo, irá também manter esta festa, dando-lhe embora um outro significado.
Partindo da fé na Ressurreição do fundador e difundindo-se o cristianismo, em primeiro lugar, entre os judeus, os cristãos vão manter esta data, mas enriquecendo-a com outros simbolismos.
Cristo, ressuscitado, fruto da aceitação de Deus do seu martírio na cruz, torna-se agora o libertador de toda a humanidade pecadora. Um novo Moisés que salva não só os judeus da opressão política e social do Egipto, mas agora, com Cristo, todos os homens.
Na criação desta visão católica teve papel primordial Paulo, apóstolo entre os gentios.
Mas este gesto salvífico, para demarcar diferença ente as duas religiões, começou a ser celebrado ao Domingo, primeiro dia da semana, ligado à Ressurreição e à nova criação em Cristo, e não ao Sábado, dia do repouso de Deus, após o trabalho da criação do mundo, como os judeus.
Aqui chegados, entraremos na análise do Domingo de Páscoa e nos tempo quaresmal que o antecede. Tentaremos abordar toda esta quadra com o olhar da igreja oficial, presidida pelo clero e com as práticas das religiosidade popular, assumidas pelo povo: encomendação das Almas, Procissão dos Passos ou Ladainhas.
Finalmente, abordaremos o tempo pós pascal, em que o povo, através da sua religiosidade, dá largas à sua alegria, inserida numa quadra Primaveril, em festas e romarias aos santos da sua devoção, até ao Pentecostes.
Como se verifica, o Mistério Pascal encontra-se inserido nas festas ligadas à terra - mãe e seus ciclos produtivos (sementeira e colheita) pelo que, só neste contexto agrário, se pode melhor compreender.
Dados curriculares do conferencista
Florentino Beirão nasceu em Alcains, em 1944.
Após concluir o Curso de Teologia, no Seminário Maior de Portalegre, licenciou-se em História, na Faculdade de Letras de Lisboa.
Na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, concluiu o Curso de Estudos Superiores Especializados, em Inspecção Pedagógica.
Tem integrado a Bolsa de Formadores do Instituto do Emprego e Formação Profissional de Castelo Branco e da Associação de Escolas dos concelhos de Castelo Branco e Vila Velha de Ródão.
Participou em vários Concelhos Directivos nas escolas onde tem leccionado.
Na imprensa regional tem colaborado com os jornais “Ecos de Ponte de Sor”, “Gazeta do Interior”, “Reconquista” e com a “Rádio Clube de Monsanto.
Actualmente, como professor de História, exerce a docência na Escola Secundária de Alcains, Agrupamento de Escola, José Sanches.
Para o presidente do CAA, António Camões, “esta conferência sobre o Mistério da Páscoa vem dar alguma “luz” sobre um assunto que é central na vida dos cristãos, que esteve na origem da separação do judaísmo e que é ainda muito pouco abordado e debatido na sociedade. Por isso e porque estamos no período da Quaresma e o CAA já realizou o único baile (o da Pinhata) que era “permitido” neste tempo que antecede a Páscoa, esta reflexão é uma boa oportunidade para os sócios e população em geral ficarem a conhecer os dados históricos e a simbologia que está associada ao tema”
Resumo da Conferência:
O Mistério Pascal, carregado de História e Simbolismo, fruto das múltiplas vertentes com que pode ser visto e analisado, torna-se hoje um objecto de estudo desafiador. Para o historiador, para o teólogo, o antropólogo, o musicólogo, o sociólogo - estudioso da religiosidade popular - e tantas outros aspectos que se poderiam enumerar, no campo das ciências Sociais e Humanas.
Escolhendo o olhar do historiador, com o qual mais nos identificamos nesta breve reflexão, iremos tentar abordar a História que subjaz ao Mistério Pascal.
Iniciaremos com uma abordagem ao Povo de Israel, apanhado numa situação de emigração em terras do Egipto, a sua vocação de Povo, pertença de um Deus monoteísta, a sua liderança por Moisés, “a caminho da terra onde corre o leite e o mel”.
A consciência deste Povo libertado, começa assim a ser celebrada na Festa da Páscoa - Passagem, centro da sua religiosidade.
Com a morte de Cristo, judeu entre os judeus, enquanto decorria esta festa móvel anual, o cristianismo, filho do judaísmo, irá também manter esta festa, dando-lhe embora um outro significado.
Partindo da fé na Ressurreição do fundador e difundindo-se o cristianismo, em primeiro lugar, entre os judeus, os cristãos vão manter esta data, mas enriquecendo-a com outros simbolismos.
Cristo, ressuscitado, fruto da aceitação de Deus do seu martírio na cruz, torna-se agora o libertador de toda a humanidade pecadora. Um novo Moisés que salva não só os judeus da opressão política e social do Egipto, mas agora, com Cristo, todos os homens.
Na criação desta visão católica teve papel primordial Paulo, apóstolo entre os gentios.
Mas este gesto salvífico, para demarcar diferença ente as duas religiões, começou a ser celebrado ao Domingo, primeiro dia da semana, ligado à Ressurreição e à nova criação em Cristo, e não ao Sábado, dia do repouso de Deus, após o trabalho da criação do mundo, como os judeus.
Aqui chegados, entraremos na análise do Domingo de Páscoa e nos tempo quaresmal que o antecede. Tentaremos abordar toda esta quadra com o olhar da igreja oficial, presidida pelo clero e com as práticas das religiosidade popular, assumidas pelo povo: encomendação das Almas, Procissão dos Passos ou Ladainhas.
Finalmente, abordaremos o tempo pós pascal, em que o povo, através da sua religiosidade, dá largas à sua alegria, inserida numa quadra Primaveril, em festas e romarias aos santos da sua devoção, até ao Pentecostes.
Como se verifica, o Mistério Pascal encontra-se inserido nas festas ligadas à terra - mãe e seus ciclos produtivos (sementeira e colheita) pelo que, só neste contexto agrário, se pode melhor compreender.
Dados curriculares do conferencista
Florentino Beirão nasceu em Alcains, em 1944.
Após concluir o Curso de Teologia, no Seminário Maior de Portalegre, licenciou-se em História, na Faculdade de Letras de Lisboa.
Na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, concluiu o Curso de Estudos Superiores Especializados, em Inspecção Pedagógica.
Tem integrado a Bolsa de Formadores do Instituto do Emprego e Formação Profissional de Castelo Branco e da Associação de Escolas dos concelhos de Castelo Branco e Vila Velha de Ródão.
Participou em vários Concelhos Directivos nas escolas onde tem leccionado.
Na imprensa regional tem colaborado com os jornais “Ecos de Ponte de Sor”, “Gazeta do Interior”, “Reconquista” e com a “Rádio Clube de Monsanto.
Actualmente, como professor de História, exerce a docência na Escola Secundária de Alcains, Agrupamento de Escola, José Sanches.
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